quinta-feira, março 27, 2008

Fins de Semana

Há bastantes dias que estou sem internet em casa e por isso tem-me sido extremamente complicado arranjar algum tempo para actualizar o blog. Para isso e ainda mais grave, para falar com todas as pessoas em Portugal, nas melhores condições.

Já passei por dois fins de semana aqui, um deles com três dias, que decorreram de forma tranquila. Por vezes demasiado... Como não tenho meio de transporte próprio e alguns dos que têm carro estiveram de férias em Portugal, sair de casa sem ser para o trabalho, ocorre muito esporadicamente.

No primeiro Domingo fomos dar um passeio para Sul de Luanda, até à barra do rio Kwanza. Pelo caminho, parámos no "Miradouro da Lua", um local de paragem quase obrigatória, devido à sua belíssima paisagem natural, de escarpas junto ao mar.


Pela manhã estive numa praia, a trabalhar, pela primeira vez em África, para o bronze. Mas por pouco tempo, que o sol queima. Depois de um bom almoço (arroz de marisco) num restaurante da praia, atravessamos a ponte (com portagem) sobre o rio Kwanza e fomos à procura de um local para um colega nosso practicar parapente. As condições atmosféricas não eram as melhores, mas ainda deu para ele voar por alguns minutos.




No regresso a Luanda, pude comprovar os perigos destas estradas, principalmente aos fins de tarde de Domingo.


No segundo fim de semana, na 6ª Feira Santa, fomos a uma belíssima praia, no Mussulo Sul. Esta praia, em particular, situa-se numa ilha junto à península do Mussulo, em frente a Luanda. Para lá chegar, apanhámos um pequeno mas rápido barco num embarcadouro chamado Kapossoca.


Foi um dia muito agradável, ao qual se seguiram dois dias passados essencialmente em casa, a fazer compras, de bens essenciais, e num passeio (infelizmente sem registo fotográfico) pelo centro da cidade, baía e ilha de Luanda.


Actualmente, e mesmo a propósito, estou a ler "Os Retornados", de Júlio de Magalhães. Comentário em breve.

Two More Years

terça-feira, março 18, 2008

Se estivesse em Portugal I

Acho que se entende o que pretendo passar com esta nova série de posts... E aqui vai a primeira sugestão. Para o concerto já não vai a tempo, mas o belíssimo CD está aí à venda. Só ainda não o tenho fisicamente por razões óbvias.


www.myspace.com/ritaredshoes
rainbowmaker.blogspot.com
rita_redshoes.blogs.sapo.pt

O primeiro impacto

Já passou uma semana desde que aterrei aqui em Luanda. Uma semana de adaptação a esta nova vida. Com novos colegas, novos horários, uma nova rotina. É quase tudo diferente por aqui. O choque inicial, logo à chegada, foi grande. Julgava que vinha preparado para as mudanças, mas apenas aos poucos estou a interiorizar todas estas alterações. Só o trabalho é semelhante. Com as suas particularidades, obviamente, decorrentes da realidade local e das diferentes pessoas que cá trabalham.

A viagem passou rapidamente. Com música, conversa e umas sonecas durante a noite, não foi complicado passar mais de sete horas no avião. Um jantarinho às 23:00 e um pequeno-almoço às 4:00 da manhã nem caíram nada mal e também contribuíram de certa forma para passar melhor o tempo. À saída do avião tudo mudou de figura. Parecia que tinha um peso imenso em cima de mim, tal era o calor, abafado pela humidade. Por momentos imaginei que não iria aguentar ali muito tempo. Mas tinha de continuar. E rapidamente o meu corpo se adaptou aquele clima. Fiquei, portanto, alagado em suor… Fomos levados num autocarro para a gare, para proceder aos formalismos de chegada. Os minutos passaram, talvez uma hora. Não fiquei muito bem com a noção do tempo. Disseram-me depois que até foi bastante rápido. Como seria se não fosse?


Nunca hei-de esquecer aquele primeiro percurso de automóvel pelas ruas de Luanda. Senti que estava noutro planeta. Tudo era estranho para mim. Os carros, imensos e diferentes dos modelos que eu conhecia. As pessoas, muitas que caminhavam ao longo das estradas e outras que vendiam todo o tipo de produtos aos automobilistas que eram forçados a ficar parados nas longas filas de trânsito. O pó ao longo da estrada, que ia sendo contrariado pelos varredores, que apenas o mudavam de sitio. E as casas, ou eram grandes edifícios antigos, deteriorados ou então pequenas barracas feitas de blocos e chapas em zonas de “favelas” miseráveis a perder de vista.


Não sei se terá sido aquele percurso, mas o que é um facto é que fiquei de rastos. Em todos os sentidos, mas principalmente de cansaço. Algumas horas depois estava instalado na minha nova casa. Ar condicionado e uma cama. Foi só isso que vi à minha frente. A manhã ainda ia a meio, mas acho que se tivesse sido possível, teria dormido até à manhã seguinte. Sei que almocei fora com alguns dos meus novos colegas, fui tratar de umas papeladas à empresa durante a tarde e jantei em casa. Mas as memórias são bastante difusas. Recordo que à noite fiquei extremamente aliviado, pois tinha internet em casa. Lenta, muito lenta, mas que lá me vai ligando às minhas raízes em Portugal. É por ela que mantenho o contacto com as pessoas que gosto. É através dela que vos faço chegar estas palavras. É graças a ela que vou estando ligado à civilização. E tentando disfarçar as saudades.


Espero que este primeiro texto tenha servido para mim como um incentivo para actualizar mais regularmente o blog. Os tempos livres não têm sido muitos e os que existem têm sido aproveitados para descansar e moldar-me aos novos horários. Fica desde já prometido, para os próximos dias, um breve relato do meu primeiro fim-de-semana por terras africanas. Entretanto, podem ir vendo algumas das fotografias no meu Hi5 (davidpinto1979.hi5.com). Se forem meus amigos, claro… ;)

segunda-feira, março 10, 2008